Quinta da Regaleira, Sintra

Depois da visita ao Castelo dos Mouros e ao Palácio Pena, voltei até o centro histórico de Sintra e segui as placas que indicavam para a Quinta da Regaleira. Quando eu planejei meu dia em Sintra não sabia se daria tempo de fazer esta visita, então deixei como um opcional. Minha dica agora é: se você for para Sintra, você tem que ir na Quinta da Regaleira. O lugar é simplesmente fantástico!!!

Por incrível que pareça, a Quinta da Regaleira não é uma atração tão popular em Sintra. Muitas pessoas que conheci acabaram passando por Sintra e deixaram de lado essa visita. Mesmo assim, hoje, a Quinta da Regaleira já atrai um número considerável de turistas que estão dispostos a desvendar um pouco dos segredos e mistérios do lugar. Pelo que dizem, muitos dos lugares dentro da quinta escondem significados relacionados com a Maçonaria, os Templários e a Rosa-cruz.

O primeiro proprietário da quinta, Dr. António Augusto Carvalho Monteiro, juntamente com o arquiteto italiano Luigi Manini, construiu ali o Palácio da Regaleira, rodeado por jardins, grutas, lagos e muitas construções enigmáticas. Logo na entrada você vai receber um mapa, que será muito útil pois o lugar é gigantesco. Tem muita coisa para ver e a única maneira de você não perder nada é consultando o mapa. Eu acabei não seguindo a ordem apresentada no mapa, preferi ir caminhando e mudando de direção conforme ficava com vontade de ver alguma coisa. Mas tudo lá élindo, você vai andando e vai se deparando com lugares mágicos. Vai descobrindo cenários indescritiveis. É sem dúvida uma experiência incrível.



Dizem que tudo ali tem um significado. Até a disposição do bosque não é feita ao acaso. Sendo ele mais cuidado na parte de baixo da quinta e, progressivamente, mais selvagem em direção ao topo. Essa disposição é relacionada a crença no primitivismo de Carvalho Monteiro.


Um dos lugares mais incríveis para se visitar dentro da quinta é o Poço Iniciático. Sim, ele recebeu esse nome pois acredita-se que ele era usado em rituais de iniciação à maçonaria. Confesso que ao passear por lá eu não tinha ideia de quantos significados ocultos existiam ali. Pra despertar a curiosidade de vocês sobre o lugar eu vou compartilhar um pouco dos mistérios desse poço.

Bom, o poço é uma galeria subterrânea que podemos descer através de uma escadaria em espiral sustentada por colunas. Essa escadaria é dividida em nove patamares separados por lances de 15 degraus cada um, que dizem fazer referência à Divina Comédia de Dante, e que podem representar os 9 círculos do inferno, do paraíso, ou do purgatório. Incrível né?!?!



Eu adoro essas coisas, e os enigmas não para por aí: segundo conceituados ocultistas é na obra ‘A Divina Comédia‘ que se encontra pela primeira vez exposta a Ordem Rosa-cruz. E claro, lá no fundo do poço está embutida em mármore, uma rosa dos ventos sobre uma cruz templária, que era o brasão de Carvalho Monteiro e, também, indicativo da Ordem Rosa-cruz.

Bom, muitos outros mistérios estão espalhados pela quinta esperando por você. Vale lembrar que o Poço Iniciático está ligado com outros pontos da quinta através de túneis subterrâneos que você pode explorar. Túneis esses que eram habitados por morcegos, mas estes já foram afastados pelos turistas que visitam o lugar.


Ah, sobre esse túneis, devo alertar que é bom você ter algo que posso usar como lanterna. Em alguns pontos não existe nenhum foco de luz e eu me peguei várias vezes pensando se deveria estar ali. Mas, como não tinha placa dizendo proibida a entrada, eu entrei no escuro mesmo. Usei o flash do iPhone como lanterna para me localizar.

Agora deixando de lado todo esse mistério, a Quinta ainda sim é um lugar fantástico. Você vai caminhar por grutas, cavernas, bosques e jardins belíssimos!! Com certeza é um passeio que vale a pena. Você vai se sentir em um outro mundo.



Deixei a visita ao Palácio da Regaleira por último, pois já ficava ao lado da saída. Realmente foi uma visita que valeu a pena.


Bom, já passava das quatro da tarde e eu ainda estava animado para conhecer mais coisas. Voltei ao centro histórico de Sintra e pensei um pouco no que fazer. O dia já tinha rendido bastante, fiquei me perguntando se era hora de voltar para Lisboa ou aproveitar para conhecer outro lugar.

Me lembrei que quando pesquisei sobre Sintra tinha lido algumas coisas sobre as praias, que não ficam muito distantes dali. Eu tinha deixado essa ideia de lado pois achei que não daria tempo, mas, já que eu não tinha nada a perder, corri para o centro de informações turísticas e me informei sobre Azenhas do Mar. Uma praia linda, com casinhas brancas cravadas em um paredão de rochas e que oferece uma vista de tirar o fôlego.

O último ônibus saía de Sintra as 17h00, era pegar ou largar. Ahhh, eu não podia deixar essa oportunidade passar… procurei o ponto do ônibus que ia para as praias e embarquei nessa aventura, mas, isso eu conto para vocês no próximo post!! Abraço!!!